“Em Vazão 10.8 – A Última Gota de Morfina o maior desafio não foi a escrita, mas sim viver e enfrentar o que seria a ausência definitiva da minha irmã. Até hoje não sei explicar direito o que vi e senti naqueles dias de despedida. Prefiro pensar que escrevi um livro como se escrevia na Idade Média, onde romance e a poesia eram a mesma coisa”
VAZÃ0 10.8 A ÚLTIMA GOTA DE MORFINA
de Diógenes Moura
Em seu primeiro romance, Diógenes Moura evoca fragmentos da vida de sua única irmã, vítima de um câncer fulminante, seus familiares e das cidades em que morou, em tons impressionistas, extraordinários e memorialísticos.
Dimensões 15cm x 21cm
Recife, Salvador, Recife
Numa tessitura de vestígios da vida da personagem principal – desde sua partida junto com a família de Recife para Salvador, quando tinha onze anos, passando pelo dia em que conheceu seu primeiro companheiro, pai dos seus três filhos, sua volta à Recife, até a descoberta do câncer de pâncreas que a mataria seis meses depois –, tudo é urdido com tonalidades impressionistas em que os contornos das memórias rememoradas ficam embaralhados entre tempo e espaço. Tudo transborda num prosa poética e extraordinária em que a realidade cede à invenção, ao onírico e fabular, mesmo que se apresente também com seus dramas vividos.
Um romance autoficcional
Uma literatura que não obedece demarcações de gênero, já que aglutina no mesmo livro da poesia ao conto, passando pela crônica e pelo ensaio. Seus livros (nove ao todo), incluindo o primeiro romance, logram no campo da experimentação, da coragem e originalidade na abordagem dos temas, na busca por uma dicção própria, pelos traços de narrativas concisas, sem apego às descrições realistas tão em voga na literatura brasileira contemporânea.

